14/07/2006

O costume... Agora mais perto do que o normal..


A tragédia dos incêndios que todos os anos assola Portugal.. Depois fica tudo assim com este aspecto.. cinzento..
Desta vez foi perto de minha casa e quando assim é, doi mais do que se for noutro local qualquer.
Se calhar devia era arder perto da casa de algumas pessoas, para ver se tomavam medidas que realmente tornassem os fogos menos frequentes no nosso País.

Período----------------------- --------Área ardida (ha)


01.01.2004—10.07.2004 ----------------20039

01.01.2005—10.07.2005 ----------------29580


Vejam as estatisticas mais detalhadas aqui.

13/07/2006

Exerto do Discurso do Òdio, de Almada Negreiros. 2º Edição do Orpheu. Adoro a inteligência com que este homem odiava.

..."– São coisas fora de moda!
Põe-te a fazer uma bomba
que seja uma bomba tamanha
que tenha dez raios da Terra.
Põe-lhe dentro a Europa inteira,
os dois pólos e as Américas,
a Palestina, a Grécia, o mapa
e, por favor, Portugal!
Acaba de vez com este planeta,
faze-te Deus do Mundo em dar-lhe fim!
(Há tanta coisa que fazer, Meu Deus!
e esta gente distraída em guerras!)
Eu creio na transmigração das almas
por isto de Eu viver aqui em Portugal.
Mas eu não me lembro o mal que fiz
durante o Meu avatar de burguês.
Oh! Se eu soubesse que o Inferno
não era como os padres mo diziam:
uma fornalha de nunca se morrer...
mas sim um Jardim da Europa
à beira-mar plantado...
Eu teria tido certamente mais juízo,
teria sido até o mártir São Sebastião!
E inda há quem faça propaganda disto:
a pátria onde Camões morreu de fome
e onde todos enchem a barriga de Camões!
Se ao menos isto tudo se passasse
numa Terra de mulheres bonitas!
Mas as mulheres portuguesas
são a minha impotência!
E tu, meu rotundo e pançudo-sanguessugo,
meu desacreditado burguês apinocado
da rua dos bacalhoeiros do meu ódio
co'a Felicidade em casa a servir aos dias!
Tu tens em teu favor a glória fácil
igual à de outros tantos teus pedaços
que andam desajuntados neste Mundo,
desde a invenção do mau cheiro,
a estorvar o asseio geral.
Quanto mais penso em ti, mais tenho Fé e creio
que Deus perdeu de vista o Adão de barro
e com pena fez outro de bosta de boi
por lhe faltar o barro e a inspiração!
E enquanto este Adão dormia
os ratos roeram-lhe os miolos,
e das caganitas nasceu a Eva burguesa! ..."

Sugestão : Encontro da Arte

Blog obrigatório para quem gosta de arte, principalmente Musica..
Muito bem escrito e fotografias fantasticas!
Parabens Zion e ICEFOTO!

http://encontrodaarte.blogspot.com/

12/07/2006

A mente dos Homens segundo Freud

A cultura

"A cultura não é um espaço pacífico de celebrações 'globais',

mas sim uma paisagem

sempre em guerra. O que é que nela se guerreia?

Visões do mundo. Modos de olhar,

conceitos de relações."



João Lopes, "Teletextos", Diário de Notícias, 02-04-2006

11/07/2006

A cultura é sinónimo de massas?

Cultura significa, entre outras coisas, cultivar. Infelizmente, nem todos entendem que o que o conjunto de costumes, de instituições e de obras que constituem a herança social de uma comunidade possa ser… cultivado.
Escrevo isto a respeito do Festival Intercéltico de Vizela que, pelo segundo ano consecutivo, não se vai realizar. Há uns dias atrás li num jornal local que “a Câmara Municipal de Vizela faz iniciativas culturais e as que tiverem maior aceitação repete-as, caso contrário não”. O futuro desenvolvimento intelectual e cultural do nosso concelho passa então por números?
Entendo que a organização de iniciativas deste carácter, e despesas, têm de oferecer algum retorno ao município e à própria comunidade. Mas acham que se plantarem uma videira este ano, terão vinho em 2007? A natureza tem os seus prazos… E eu acredito seriamente que o Festival Intercéltico pudesse ter uma margem de crescimento e de reconhecimento externo! A seu devido tempo, é claro.
As pessoas estão cada vez mais identificadas na procura das suas raízes, e um evento deste tipo não se resume a um público necessariamente restrito. Tenho visto, noutros festivais do género, várias gerações de espectadores e de várias nacionalidades. Tiveram um público diminuto nas primeiras edições? Concerteza que sim. Mas os organizadores souberam explorar as potencialidades deste estilo musical e tornar a oferta mais abrangente, com uma série de actividades paralelas que vão de encontro à nossa cultura. Veja-se o caso do Festival Intercéltico de Sendim, e do Festival Internacional de Música Celta de Montalegre, dois casos em franca expansão!
Julgo que Vizela perdeu um dos eventos mais interessantes que alguma vez realizou. E se a real explicação do seu cancelamento passa pela fraca adesão de espectadores, alguém me consegue explicar a razão pela qual a Câmara Municipal de Vizela contratou os suecos Paatos para um novo concerto na nossa cidade? Se bem me lembro esta banda não juntou mais de duas dezenas de espectadores, em 2004, na Praça da República… (e não estou a criticar de forma alguma o regresso dos suecos; proporcionaram o melhor concerto que alguma vez assisti em Vizela!).
Senhores vereadores, a cultura não passa factura…

Álvaro de Campos - Insônia

Não durmo, nem espero dormir. Nem na morte espero dormir.
Espera-me uma insônia da largura dos astros, E um bocejo inútil do comprimento do mundo.
Não durmo; não posso ler quando acordo de noite, Não posso escrever quando acordo de noite, Não posso pensar quando acordo de noite — Meu Deus, nem posso sonhar quando acordo de noite!
Ah, o ópio de ser outra pessoa qualquer!
Não durmo, jazo, cadáver acordado, sentindo, E o meu sentimento é um pensamento vazio. Passam por mim, transtornadas, coisas que me sucederam — Todas aquelas de que me arrependo e me culpo; Passam por mim, transtornadas, coisas que me não sucederam — Todas aquelas de que me arrependo e me culpo; Passam por mim, transtornadas, coisas que não são nada, E até dessas me arrependo, me culpo, e não durmo.
Não tenho força para ter energia para acender um cigarro. Fito a parede fronteira do quarto como se fosse o universo. Lá fora há o silêncio dessa coisa toda. Um grande silêncio apavorante noutra ocasião qualquer, Noutra ocasião qualquer em que eu pudesse sentir.
Estou escrevendo versos realmente simpáticos — Versos a dizer que não tenho nada que dizer, Versos a teimar em dizer isso, Versos, versos, versos, versos, versos... Tantos versos... E a verdade toda, e a vida toda fora deles e de mim!
Tenho sono, não durmo, sinto e não sei em que sentir. Sou uma sensação sem pessoa correspondente, Uma abstração de autoconsciência sem de quê, Salvo o necessário para sentir consciência, Salvo — sei lá salvo o quê...
Não durmo. Não durmo. Não durmo. Que grande sono em toda a cabeça e em cima dos olhos e na alma! Que grande sono em tudo exceto no poder dormir!
Ó madrugada, tardas tanto... Vem... Vem, inutilmente, Trazer-me outro dia igual a este, a ser seguido por outra noite igual a esta... Vem trazer-me a alegria dessa esperança triste, Porque sempre és alegre, e sempre trazes esperança, Segundo a velha literatura das sensações.
Vem, traz a esperança, vem, traz a esperança. O meu cansaço entra pelo colchão dentro. Doem-me as costas de não estar deitado de lado. Se estivesse deitado de lado doíam-me as costas de estar deitado de lado. Vem, madrugada, chega!
Que horas são? Não sei. Não tenho energia para estender uma mão para o relógio, Não tenho energia para nada, para mais nada... Só para estes versos, escritos no dia seguinte. Sim, escritos no dia seguinte. Todos os versos são sempre escritos no dia seguinte.
Noite absoluta, sossego absoluto, lá fora. Paz em toda a Natureza. A Humanidade repousa e esquece as suas amarguras. Exatamente. A Humanidade esquece as suas alegrias e amarguras. Costuma dizer-se isto. A Humanidade esquece, sim, a Humanidade esquece, Mas mesmo acordada a Humanidade esquece. Exatamente.
Mas não durmo.

O que mais o surpreende na Humanidade?

"Os Homens! Porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer. E morrem como se nunca tivessem vivido."

Dalai Lama

Jardim Encantado?

09/07/2006

Agora sim.. Vizela por um recanto..

Sei que não é uma fotografia de Vizela, sei que não fui eu que a tirei
so sei que a vi e gostei, por isso postei. espero que gostem.




Sadhus (homens santos hindus) cumprem rituais durante o Holi, o festival das cores, em Varanasi, na Índia. Esta celebração anuncia a chegada da Primavera. Rajesh Kumar Singh, AP, 2006

Domingo à Tarde

Nada de melhor do que começar o domingo a tentar arranjar uma desculpa, que explique porque é que não se postou nada no Sabado. Ora que tal a típica tivemos doentes..... nao? pois é um bocado esfarrapada demais não é? humm... que tal tivemos um furo no pneu... tambem não.. tivemos a preparar-nos e a ver o futeb..... ai é melhor nem falar nisso.. (o melhor agora é arranjar para os próximos tempos outro "ópio do povo")
O melhor é dizer a verdade..
...eu fiquei sem internet.. esqueci-me de pagar a conta...

que foi?? é a verdade...

ok não é nada.. a verdade verdadeira é que tenho andado entretido nas páginas de um livro. Já tinha saudades... Além disso tenho andado por ai de máquina fotográfica na mão a tentar escrever com cores, algo de jeito para o concurso.(Já que escrever com palavras, aqui no blog é mentira...) Alguém vai resmungar? Espero bem que não... Ler faz bem... cultiva e põe a imaginação a funcionar. Fotografar faz bem.. quanto mais não seja ao ego.. e além disso também andava a precisar de um tempinho para mim..