Poema que teve como inspiração uma fotografia. No blog do poeta Rui Diniz encontrei este novo (para mim pelo menos) conceito e vou aqui reproduzir um exemplo que gostei particularmente. Depois podem la dar um saltinho para explorarem melhor, ou quem sabe até mandarem uma fotografia especial que com um poema dedicado, ainda será mais especial. Acho que vou experimentar!
Fotografia por Inês Ramos
Fomos dois um dia
Éramos duas figuras rolando na escada da vida,
dois semblantes sem rumo, de alma vazia...
Assim éramos e assim fomos.
Assim nos encontrámos pela Magia do segundo
emque a surpresa vem na sensação de lá termos
sempre estado,
sempre presentes,
como que
sempre felizes.
Nada mais houve de importante nesse dia;
nem a causa que ganhei a um amigo das histórias,
nem as vitórias tuas no jogo do jornal;
passámos ao lado do banal e encarnámos a fantasia.
Os pombos serviram o pretexto,
mas fomos nós que deixámos palavras voar
e alojar-se no sangue,
qual carvão,
atiçando o fogo de uma paixão que será eterna porque morreu,
bem antes de falecer...
Anulados pela vida, encontrámo-nos,
no fim de mais uma tarde vencida,
ultrapassada pelos meandros de quem se desenrasca
com um café e um cigarro
e se alimenta do milho atirado
aos pombos-cegonha do nosso amor nascido.
Eu sempre soube que lá estarias;
nas escadas da maternidade
e do túmulo do nosso Momento,
perpetuado apenas na eternidade
de um pensamento...
Vivemos anos em horas...
por isso não estranhei o teu convite
para ir até onde moras
aguçar ao teu corpo o apetite!
Encontrámo-nos aí na tal Magia do segundo
em que a surpresa vem na sensação de lá termos
sempre estado,
sempre presentes,
e agora,
sempre ausentes...
Poema por Rui Diniz
3 comentários:
brilhante poema ao divorcio.
Onde páram o Zion, o Pitágoras e o Bolinhol?
Ricos "contributors" vocês arranjaram.
Isso gostava eu de saber..
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